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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Relacionamento interpessoal

Bases do relacionamento interpessoal. 
O cenário organizacional vive um processo de constante transformação e em virtude dessa realidade as empresas precisam de profissionais dinâmicos e que se mostrem capazes de acompanhar as transformações. No entanto, não basta apenas adquirir tecnologia de última geração e ensinar novas metodologias aos funcionários. Hoje, é preciso ir além para alcançar uma performance que atenda às necessidades do negócio. E um pré-requisito fundamental para que isso aconteça é fazer com que as pessoas não apenas formem grupos, mas sim consigam trabalhar em equipe, onde cada um exerce um papel que complementa o desempenho do outro para atingirem objetivos comuns.

Mas, como é possível fazer com que um grupo formado por vários indivíduos, onde cada um possui suas percepções de vida, experiências e opiniões próprias forme uma equipe? A resposta pode estar no fortalecimento das relações interpessoais, através de investimentos em programas direcionados para que as pessoas colaborem para a construção de um clima organizacional agradável e produtivo.

No Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fiocruz, a área de Recursos Humanos desenvolve um trabalho direcionado para estimular as relações interpessoais entre os colaboradores. Essa sempre foi a preocupação da empresa, mas era tratada de forma isolada. Contudo, em 2006, com o ingresso de uma psicóloga no quadro funcional, através de concurso público, que o ICICT/Fiocruz começou a realizar um trabalho mais estruturado. Atualmente, as ações personalizadas são chamadas de “Acompanhamento Individual” e as coletivas ou de equipe foram contempladas pelo projeto “RH na sua sala: integração, educação e qualidade de vida no trabalho”.

O ICICT/Fiocruz atingiu, em 2007, sua maioridade com o reconhecimento do impacto de suas pesquisas, do ineditismo de seu programa de pós-graduação e da qualificação permanente de seus serviços, visando à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Assim, há 21 anos, primeiro como superintendência, depois como centro e agora como instituto (reconhecido plenamente como unidade Técnico-Científica da Fiocruz), a organização desenvolve estratégias e executa ações para ampliar o campo da comunicação e informação científica em saúde e para fortalecer a política de acesso livre no Brasil. Atualmente, a unidade possui 282 colaboradores de diversos vínculos profissionais (servidores, terceirizados, bolsistas e estagiários) e está localizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

De acordo com Luciana Lindenmeyer, chefe de RH, quem coordena todas as atividades destinadas à melhoria das relações interpessoais é o Departamento de Recursos Humanos. “Como o foco do trabalho da unidade é a informação e comunicação em saúde, os outros setores da entidade não desenvolvem ações que podem ser aproveitadas pelo RH”, argumenta Lindenmeyer.

Na prática, as atividades destinadas à melhoria do relacionamento interpessoal dos colaboradores variam de acordo com as questões apresentadas pela equipe. Para se ter uma idéia, existe no ICICT/Fiocruz um setor que é um dos maiores da unidade e conta com aproximadamente 60 pessoas que, por sua vez, são divididas em cinco áreas de trabalho. Para esse caso específico, o departamento de RH iniciou um trabalho focado em cada equipe, para que aqueles que trabalham mais próximos pudessem conhecer melhor uns aos outros, através de duas dinâmicas de grupo.

Posteriormente foi programada uma atividade com todo o setor, para integração das pessoas e identificação de problemas que afetam o relacionamento interpessoal. Nessa etapa foram utilizados vídeos e dinâmicas que despertassem a atenção para as questões de relacionamento. “Finalizamos com um trabalho corporal, para que os colaboradores tivessem a oportunidade de sair do trabalho cognitivo e vivenciar sentimentos e emoções através do corpo e da música. Ao final dessas etapas, é pensado um cronograma para que o RH continue planejando essas atividades em cada sala, evitando que os profissionais se desloquem por um tempo longo do setor de trabalho”, explica Luciana Lindenmeyer.

Como o trabalho com as relações interpessoais convida os indivíduos a saírem da chamada zona de conforto, pois mexe consideravelmente com emoções e convicções individuais é comum que no início de atividades dessa natureza, seja evidenciado algum tipo de resistência por parte dos envolvidos no processo. E no ICICT/Fiocruz não foi diferente, pois ainda hoje a equipe de Recursos Humanos enfrenta o receio de alguns colaboradores. A chefe de Recursos Humanos explica que a intenção do setor ao pensar no projeto era abranger toda a unidade, mas alguns setores ainda não foram atendidos, em virtude da resistência. Contudo, a proposta é aumentar a abrangência aos poucos e através dos comentários daqueles profissionais que já participam do trabalho, pois essa é considerada a melhor forma de divulgação e de quebrar paradigmas.

Para quem já conseguiu perceber os benefícios que o trabalho direcionado às relações interpessoais faz a diferença no dia-a-dia corporativo, alguns aceitam o processo com tranqüilidade. “Como a questão do relacionamento não costuma ser muito focada, as pessoas se sentem valorizadas por estarem sendo ouvidas. Até o momento, só tivemos relatos positivos sobre as atividades realizadas”, comemora Lindenmeyer.

Quando questionada como o setor de Recursos Humanos avalia os resultados dessa iniciativa, Luciana comenta que não existe uma ferramenta específica para esse objetivo. Por outro lado, são realizadas avaliações de cada atividade e consideradas as observações feitas pelos setores e profissionais participantes, para que sejam identificadas mudanças nos processos e nas relações já existentes.

Um detalhe que a chefe de RH do ICICT/Fiocruz faz questão de destacar é que esse trabalho tem proporcionado uma maior integração entre pessoas do mesmo setor, mas que por estarem em locais geograficamente não muito próximos, deixaram de investir no contato pessoal. Luciana Lindenmeyer acredita, juntamente com sua equipe, que as iniciativas da instituição na área de Gestão de Pessoas podem trazer resultados em curto, médio e longo prazo. “Nas instituições públicas, o tempo que os gestores levam para acreditar nesses resultados é maior. Mas nosso trabalho, enquanto profissionais da área de Gestão de Pessoas, é fazer o melhor que pudermos e com a satisfação das pessoas ir mostrando a importância de nosso trabalho”.


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